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        Modeladas em barro e queimadas à lenha, as Paulistinhas são figuras sacras típicas do Vale do Paraíba. A estrutura das pequenas esculturas é derivada da apropriação valeparaibana de elementos marcantes das esculturas populares portuguesas, trazendo consigo uma grande bagagem histórica.

            Infelizmente, toda essa história esteve à beira do esquecimento, salva graças ao trabalho de pesquisa do escultor e mestre da cultura popular Magela Borbagatto. Em sua pesquisa, Borbagatto pôde perceber tais características comuns entre as peças confeccionadas no Brasil e aquelas feitas na cidade portuguesa de Estremoz. Como definiu o escultor: “As figuras daqui utilizam-se das referências portuguesas com uma tecnologia do Vale do Paraíba. Possuem em comum o formato icônico, a figura modelada em cima de uma base em formato de saia ou facetada, são ocas até a altura da cabeça e de uso popular e doméstico”.

            Os santeiros, são os responsáveis pela modelagem das paulistinhas, que são bem específicas quanto ao seu procedimento. O tipo de barro utilizado para modelagem fica escondido a certa profundidade no solo e, quando encontrado, passar por um processo de decantação (processo de colocar o barro em um buraco raso para diminuir seus torrões em pedaços bem pequenos) e finalmente amassá-lo com os pés ou socadores até se tornar uma massa fina e homogênea. Feito isso, o santeiro, antes de iniciar a modelagem, retira um pedaço dessa argila e sova a massa novamente, para começar então o procedimento artístico.

            O processo não para por aí. Após ganharem forma, as imagens ficam expostas ao sol até atingirem certa resistência ao toque, para que o escultor possa dar os últimos retoques e fazer o alisamento da peça tornando-a oca para receber a queima. Dessa forma temos uma paulistinha, sendo opção do autor colori-la ou não.

            E quanto a diferenciação dos santos produzidos? Existem diferenças e simbologias importantes para reconhecer-se um santo, conhecimento chamado iconografia. Antigamente, tal identificação era feita apenas com as descrições por parte de quem fazia a encomenda, hoje, isso tornou-se muito mais fácil: procura-se a informações desejada na internet e diversas respostas são apresentadas.

            Para manter viva a memória dessa tradição e espalhá-la pelo Brasil, Magela Borbagatto oferece um curso para quem queira aprender a história das singelas figuras e a modelagem das peças. “Apesar da importância histórica, as Paulistinha e sua carga religiosa são  pouquíssimo conhecidas aqui no Vale. Durante as atividades, traço esse paralelo com a arte sacra portuguesa, além de abordar os motivos que tornam este período tão rico e importante para a produção artística da nossa região”, aponta o escultor.

            Para mais informações, acesse nossa entrevista com Magela Borbagatto ou leia a obra “Paulistinhas” escrita por ele.

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