As figurinhas e o Vale do Paraíba
O trabalho de modelar figurinhas em barro iniciou-se no século XVII, quando os frades franciscanos do Convento de Santa Clara, em Taubaté, encomendavam, em períodos natalinos, presépios confeccionados pelas mulheres, numa época em que só o trabalho dos homens prevalecia. Com o passar dos anos, as figureiras (denominação das mulheres que moldavam as figurinhas) começaram a espalhar o seu trabalho em outros temas. Assim, novos personagens surgiram, sempre muito coloridos, retratando o cotidiano, as profissões, as festas religiosas, os animais e o imaginário popular. Desse modo, as mulheres passaram a obter maior prestígio na cultura social, principalmente no Vale do Paraíba.
Taubaté é hoje a cidade das figureiras, e o pavão, a figurinha mais famosa no Vale, é o símbolo do folclore taubateano, o que sugere a grande influência cultural que esse tipo de artesanato tem na região. Um exemplo da importância dessa profissão são os moldes dos personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo cujo autor, nascido em Taubaté, foi o famoso Monteiro Lobato.
Outro nome que marcou a história das figurinhas foi Maria Benedita dos Santos, chamada por Dona Lili Figureira, uma das mais conhecidas e tradicionais artistas populares do Vale do Paraíba. Por conta de suas artes em pequenas esculturas, ela recebeu o título de Mestre da Cultura pelo Ministério da Cultura em 2009.
Muitas figuras, como o pavão, o presépio, as chuvas de pavões e galinhas d’angola são temas comuns retratados pelos artistas. Cada obra, no entanto, tem características próprias de cada autor. Não há nenhuma restrição, pois nenhum artesão se julga dono , exclusivamente, das imagens. Em Taubaté, os trabalhos das figureiras são encontrados principalmente na Casa do Figureiro, que é uma espécie de cooperativa.
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Site oficial das figureiras de Taubaté:
http://www.figureirasdetaubate.com.br
Site da Casa dos Figureiros:
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